Uma reflexão sobre o sagrado, inventou uma religião, não inventamos todos uma forma de lidar com o sagrado? O texto sagrado pode ser o mesmo, mas as interpretações são infinitas, inclusive dentro de um mesmo grupo, cada pessoa dobra um pouco pra cá ou pra lá e deixa mais palatável a gerar mais segurança e evitar o medo.
Inventor a sua forma e ao mesmo tempo com ajuda dos outros, pois não é possível existir sem história compartilhada. Talvez sua religião inventada possa ser, de certa forma, uma maneira singular de viver a vida, de ver o sagrado. Seu sagrado consistia em conseguir dar nome ao que se sente, dar palavras para o que não se sabe, também saber que é parte e impossível conhecer plenamente sobre o todo. Em busca de não sofrer tanto com o mundo, acredita ele que esses preceitos o podem ajudar, acreditar que é possível, também com confiança. Em poder criar algo singular para si, não isolado, pois sabe-se que faz parte. Uma corda entre o grupo e o indivíduo, onde pode-se trilhar.
Construir esse sagrado não de forma solitária, sim usando a experiência das relações com o mundo, com o que as pessoas fazem e pensam. Quem pode ser de fato solitário, ou totalmente igual ao outro? Um sagrado nunca é feito de maneira solitária e nem copiada. Dividimos sempre algo, chamamos de nosso aquilo que tomamos e re-moldamos a nossa forma, diferente disso não pode ser chamado de nosso. Viver como pretende-se, singularmente, envolve subversão, a qual enfrenta oposição do povo. Como remédio, saber que criar essa religião a sua forma singular pede confiança em saber que cada um exige uma organização diversa. E, angústia é gerada por copiar apenas e não criar. Coragem e confiança fazem parte dessa religião. Em que sua meta é um corpo relaxado, composto de músculos, de uma mente, de um coração tudo em um corpo.
Relaxado pois não está mais pre-moldado, sim remoldado de acordo com o material. Apesar de tensões, o corpo cria possibilidades de relaxar, seu estado de graça. Não de forma dada, porém conquistada, com a criação de um mundo em que as coisas que se encaixam tem lugar e coisas desconhecidas também tem lugar, tudo em um corpo relaxado. Relaxado em uma cama logo antes de dormir, sem o medo do dia seguinte.