O que é yoga?

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O que é o yoga, de onde vem e para que serve? Digo que como vindo da Índia o yoga tem um ar de mistério, carrega seu exotismo. Talvez por essa não familiaridade nossa, é fácil de se encantar pelo que vem do oriente e com esse mito da salvação, uma forma de saída da miséria e do sofrimento, da crise vivida pelo homem.

A palavra yoga traz a união como um dos seus significados, unidade com tudo que há, creio que um dos medos fundamentais do homem é sentir-se separado. Mais um motivo para o interesse pelo yoga, Em todas as incursões para dentro de mim, por meio da meditação e yoga, o medo de me ver separado, sozinho, isolado estava lá. Seja pelo medo de fracassar, ou pelo medo do escuro, o medo de errar, me ser julgado, o ponto fundamental é o medo da separação das pessoas, da comunidade, da família, do mundo.

Ponto interessante, pois a nossa mente parece ter sido formada pela nossa capacidade de nos vermos separados e capazes de observar o mundo, é nossa habilidade de de nos destacarmos da natureza que pudemos primeiro observá-la e depois subjugá-la. A nossa grande ferramenta a qual somos tanto apegados e vangloriados, é a nosso grande obstáculo para sentirmos unidos com o mundo.

Se em um primeiro momento nos vimos como separados para conseguir observar e depois dominar, no momento seguinte nos vemos sozinhos e sem conseguir reintegrar nós mesmos ao meio. A mente que foi o nosso degrau para observar o mundo e a nós mesmos também é nosso obstáculo para o retorno ao todo. Se uma vez usei a mente para minha sobrevivência, com posso deixá-la de lado? Há um modo mental de operar, esse modo nos torna separados do restante, se mudarmos essa forma de operar será possível descansar. 

O grande desapego que parece ser exigido e que parece quase impossível para nós seres humanos é a mente, e é exatamente o que nos faz ou o que nós mesmos definimos como humanos. A ironia parece posta e sem saída, a não ser que possamos nos ver de forma completamente diferente de como nos vemos, não separados, sim como iguais. O que precisa ser dispensado não é a mente em si, mas como percebemos nós e o mundo.

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