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Ensinar?

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Desista de ensinar. As brigar ocorrem por quê? Há brigas quando alguém quer ensinar algo, mostrar que determinada forma de agir ou pensar não funciona ou está desatualizada. Ou seja, a sua forma é interessante e seria melhor fazer como você faz. Há uma forma muito mais fácil de resolução, contraria ao ensinar algo. O não ensinar. Abandonando o papel de conselheiro de querer ensinar algo a alguém. Não ensinar nada, deixa os outros tirarem suas conclusões. Alguns mestres não falavam nada, por dois motivos: ninguém escuta e mesmo se alguém escutar, de nada adianta falar. A visão é singular, a grande descoberta a qual você se sente impelido a disseminar funciona sim. Mas apenas para você! Cada um deve fazer sua incrível descoberta, não adianta, todos tem um caminho único a trilhar. Esse é o processo que cada indivíduo passa. O quanto antes se entende de que não é necessário entender e sim viver, acontece uma mudança, vive-se mais e deixa-se viver também, ou seja, há mais responsabilidade. Na medida que se entra em um estado de não ensinar nada, mais se aceita o outro pelo que ele realmente é. Sem tirar nem por nada. Você o abraça com tudo. A necessidade de ensinar vem da transferência de responsabilidade. Quando se deseja mudar alguém – você deve mudar para ficar do meu lado, para se adequar.  Ou seja, a responsabilidade é do outro de mudar e não minha. Assim se joga a responsabilidade da mudança ao outro. Pois o que há dentro é medo da mudança, medo de permitir a possibilidade de que tudo que você pensa e diz pode ser errado e falso. Medo de ver que é você quem precisa mudar e não o outro. A responsabilidade pelo que você pensa e sente são inteiramente suas, assim como é do outro a responsabilidade do que o outro sente e pensa. Você é quem consegue mudar sua visão e apenas você, uma visão que possa abarcar o outro como ele é, uma visão que não consegue compreender tudo e entender que o não entender também faz parte da sua visão. Mas quando essa coragem falta, joga-se a responsabilidade ao outro de mudar. É o medo de olhar para si, assim olha-se para o outro.
Ao aceitar o outro, aos poucos você coloca a responsabilidade em você. A responsabilidade de olhar para o outro e decidir se você o quer do seu lado, se é interessante ou não. E, arcar com as consequências da escolha. Não quer lidar com as escolhas, transferimos ao outro para que ele faça essa escolha por nós, não queremos fazer essa escolha, ela dói, pesa, é preciso responsabilidade. O caminho do ser é um caminho de maior responsabilidade, não com os outros, e sim sobre suas escolhas. Você quem decide com quem e como viver, a responsabilidade é sua. Não transfira a mudança para o outro. Não ensine nada, seja.