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Amor a dois

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Como o amor entre duas pessoas pode ser se não há espaço para não ser. Se não há possibilidade de viver só. Se não existe a opção de viver sem o outro, esse amor se torna uma prisão. O parceiro nos espelha tudo o que não deseja ver em si mesmo, até mesmo a incapacidade de ficar sozinho. O caminho que percorre o casal é o caminho do amor, também o do amor próprio. Se o parceiro desaparece você também desaparece, se um morre o outro morre junto? Cade o amor próprio? Se não se ama, não é possível amar o outro. Pode ser que a ultima lição do amor a dois seja entender que se pode amar só. Pode ser que o caminho mais fácil seja o oposto a esse, aprender a se amar e estar satisfeito em si, em êxtase. Você está em êxtase, se o amor está você o vive se não está você já aprendeu a viver só, você está aberto. Só então amar o outro se torna algo livre e aberto. Porém, acontece de outra forma, aprendemos a nos amar enquanto aprendemos a ficar junto, não conseguimos ver as nossas costas, não conseguimos ver a nossa sombra. Precisamos no outro para nos espelhar o ângulo fora do alcance de nossa visão. Uma vez que você sabe como olhar o seu lado escuro, usando o mundo como reflexo, você encontrou o caminho do sábio, você se tornou seu mestre, você achou seu caminho. O Mestre não é aquele que superou o mundo, mas aquele que aprende em cada situação a olhar para o ponto cego em si mesmo. Para tanto, apenas olhando para dentro é possível, apenas olhando para o coração, por isso o caminho é do amor não é apenas amar, é se aceitar com tudo o que está aí dentro, ter coragem para seguir o que o coração fala. E assim, pode ser que seu próximo amor seja alguém que esteja na mesma situação, você vibra sua vida de uma forma e atrai a ela seu semelhante, alguém que vibra como você. E quando dois sábios se encontram, os caminhos se complementam até onde eles devem, pois já entenderam que também há êxtase só.

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