Mestre e o Super Eu

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Mestre e o Super Eu. O discípulo é aquele que deseja iluminar-se, na tradição indiana há essa opção na vida social do sujeito, realizar a renúncia do mundo, encontrar um mestre para orientá-lo. Nós do outro lado do mundo vemos como o nariz torto, largar mão das escolhas pessoais, para viver uma vida de renuncia, dos bens materiais, para alcançar um lugar sem sofrimento e liberto, chamado de Moksha, libertação. Seguindo na esteira de Freud, nós já temos essa figura, porém internalizada, chamada de Super Eu. Seria ela a mantenedora das normas sociais, as regras de conduta, importantes para viver em sociedade, também responsável pelos ideias a serem alcançados e seguidos. Ou seja, é em parte aquela voz que cobra atitudes, insere a culpa por não ter alcançado-as. Tentar seguir esse ideal imposto pelo Super Eu é um dos motivos, apontado por Freud, de adoecimento e geração de sofrimento. Soltar um pouco esse ideal a ser seguido, pode relaxar as pressões internas e descontrair o sujeito, ser aquém das expectativas próprias e achar conforto nisso pode ser um caminho para poder desfrutar da vida em si. Uma vida comum, termo esse mal visto pelo Super Eu. Um yoga, mestre/discípulo que incrementa essa tensão entre o que existe e o ideal, pode causar sofrimento. De outra forma, um yoga que sugere autonomia para o sujeito a diminuir cobranças, escolher uma forma de viver mais relaxada é uma via para algo autêntico.