O encontro com o Mestre
Uma vez tive um encontro com um Mestre. Ele me ensinou sobre o certo e o errado, sobre como se proteger, como fazer e se comportar no mundo, sobre o que tem nele que é bom ou não. Aconteceu que a fala do mestre entrou na cabeça do discípulo, seguindo seus conselhos por ter muita admiração e ser uma referência em sua vida, o discípulo fez tudo para ser parecido com o Mestre. Afinal, era seu modelo. Por um tempo isso foi bom. Ajudou-o a ver o mundo e se portar, ter limites. Mas, alguma coisa dentro do discípulo gerava atrito, alguma coisa estava desencaixada com aquele modelo recebido pelo Mestre, com seus ensinamentos. Em um momento os dois se desentenderam, o aprendiz se afastou e seguiu seu caminho, em busca de seus próprios ensinamentos. O fez com raiva, mágoa e por medo de mais desentendimento. Caminhando só, o aprendiz sem Mestre teve muitos ensinamentos e isso o fez ver o mundo com seus olhos,a ver o seu certo e errado. Mas um buraco estava dentro do seu coração, a mágoa e raiva do afastamento estavam ainda presente, com tempo, nem mesmo percebidos. Foi algo enterrado e esquecido. Sempre lembrava das aventuras e aprendizados juntos e isso o trazia medo, de voltar a ter aquela noções vindas de fora, vindas do Mestre, de voltar a ter aquelas sensações de tentar ser igual, de tentar ser um Mestre. Não sabia o aprendiz sem Mestre que além da raiva e mágoa, aquele buraco era feito de saudade, de admiração de amor, de orgulho. Com muito medo, por acaso, caiu nesse buraco do coração e lá achou a raiva e mágoa, mas também amor e admiração por todo o tempo junto, pelos conceitos e visão de mundo aprendidos. Todos os ensinamentos eram em prol de um bem maior, o Mestre percebia o caminhar do mundo e sempre tendo em vista algo maior, indicava o discípulo o que fazer e como pensar, como ver. Mal sabia o discípulo que nessa sua jornada de afastar-se do Mestre, aprender por si a ver o mundo e ter seus próprios entendimentos, de ver com seus olhos o funcionamento do mundo, de seu mundo, conseguiu ver o bem maior e as conexões em que faz parte, de como faz parte do todo e essa foi sua jornada. Sabia pouco o aprendiz que tornaria-se Mestre por seguir seu caminho, por abrir os seus olhos para si e ver o mundo, ter sua própria visão e escolhas. Agora com agradecimento ao Mestre que teve, sem o qual seria impossível afastar-se e aproximar-se de si mesmo. O discípulo se vê Mestre. E mais um círculo é completo.
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